quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Lágrima de preta / António Gedeão

... este poema é para si, meu amigo... esta seria com toda a certeza a forma como Rómulo de Carvalho/António Gedeão lhe apresentaria este poema e, foi também esta a forma que escolhi para o partilhar consigo, neste que é o Dia Nacional da Cultura Científica e se celebra mais um ano sobre o nascimento de um grande Homem!
Perfeita harmonia entre ciência e poesia...



Manuscrito do poema

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume
de todas as vezes
deu-me o que é costume: 

Nem sinais de negro
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio. 

 
António Gedeão, in Máquina de fogo


2 comentários:

  1. Gosto muito deste poema mas acho que ainda faltam umas estrofes, podes procurar?

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  2. Tem razão meu amigo... irei completá-lo; é imperdoável que não o faça!
    Obrigado ;)

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